Brown Porter

Existem diversos subestilos dentro deste antigo estilo inglês. Além da Brown, temos Imperial, robust e Baltic Porter, cada uma com suas peculiaridades. A Brown seria a mais básica e antiga deste estilo, sendo a primeira cerveja a ser produzida em escala industrial que se tem registro, durante a Revolução Industrial, na Inglaterra.

 
Esquecido e praticamente extindo durante meados do século XX, com o renascimento da variedade cervejeira pelo mundo elas foram resgatadas e se popularizaram novamente. Mas, chega de história e vamos falar sobre as características do estilos. Segundo o BJCP, o estilo se define assim:

IBUs:    18 – 35
SRM: 20–30OG:
1,040 – 1,052 FG:
1,008 – 1,014
ABV: 4–5,4%

Apesar de escuras, é preciso de cara diferenciar ela das Stouts. Assim, a Porter tem uma sensação de torrado menor do que as Stouts, com um caramelo mais aparente. Em termos de cor, ela deve ser escura, sim, mas com um toque mais amarronzado, sem ser um preto tão fechado. Desta forma, os maltes que formam esta cerveja são: base, que pode ser pilsen ou pale ale; algum ou alguns caramelos ou cristal; e maltes torrados, preferencialmente Chocolate e Carafa I. É possível usar os maltes mais torrados, como Carafa III, mas com cuidado para não sobressair o torrado. Usar diversos tipos de maltes caramelados poder ser interessante dando mais complexidade, podendo ser eles cristal, carared, carahell e até mesmo mais escuros, como caraaroma e brown. Também é possível usar cevada torrada, mas ela é mais característica das Stouts. Outra opção, mais dentro do estilo porter, é utilizar malte defumado, algo entre 5% e 10% pode dar um bom toque.
A brassagem para este estilo deve acontecer com destaque para temperaturas mais altas, de forma à cerveja ter o corpo característico de uma Porter. O ideal é trabalhar entre 67 e 68 graus, por cerca de 60 minutos. Pode-se ainda trabalhar por algum tempo em temperaturas mais altas, fazendo uma rampa terminando em 71 graus, por exemplo.


A lupulagem deve ser feita com os lúpulos ingleses, como as variações de Goldings e o Fuggles. Pode ser usado lúpulo de aroma, mas não é necessário para o estilo. Algumas versões mais modernas utilizam lúpulo amaricanos, como Cascade e Amarillo, mas fogem ao estilo mais tradicional. Um cálculo amargor na casa dos 30 IBUs pode ser um bom parâmetro. A fervura pode ser de 60 a 90 minutos, sendo interessante a fervura mais longa para maior caramelização do mosto.

O fermento escolhido deve ser inglês, como os secos S-04 ou o Notthingham. A maturação pode ser feita em temperaturas variadas, dependendo das características desejadas. Para um frutado mais pronunciado vindo do fermento, escolha por temperaturas mais altas. É possível fazer dry hopping de lúpulos ingleses aromáticos na maturação.

Fonte: Designing Great Beer – Ray Daniels

0 comentários:

Postar um comentário